A
história da Educação Física encontra
institucionalização no Brasil Imperial, em meados
de 1822 a 1889, quando a Atividade Física ganhou espaço
nas Leis e Decretos sobre Educação Física
e Desportos, reforçadas pelos pareceres de um dos Patronos
da Educação Física Brasileira, Rui Barbosa.
Ele, já naquela época, chamava a atenção
para os valores das atividades físicas.
Na segunda metade do século XIX, os alemães
trouxeram a ginástica alemã ao Brasil fundando
as primeiras sociedades de ginástica como a União
de Ginástica Alemã, em São Paulo em 1888
e a Sociedade Turnerbund em Porto Alegre no ano de 1892.
No início do Século XX, a Missão Militar
Francesa, influenciou a Educação Física
em nosso País e contribuiu para a criação
da primeira escola de Educação Física
no Brasil, a da Força Pública de São
Paulo, em 1909.
Já no final do século XX, nas duas últimas
décadas, ocorreram manifestações muito
importantes que esboçavam a preocupação
nacional com a implementação das atividades
físicas, onde podemos destacar:
· Carta de Belo Horizonte (1984) - assinada por um
grupo de intelectuais da Educação Física
nacional, reagindo ao autoritarismo vigente – e, depois;
· Carta Brasileira de Esporte Educacional (1989) -
quando parte da chamada academia brasileira de Educação
Física, nos Jogos Escolares Brasileiros, emitiu esse
documento estabelecendo os nortes devidos para um esporte
comprometido com a Educação.
·
Carta Brasileira de Educação Física (2000)
– elaborada a partir do arcabouço de idéias,
resultantes do esforço participativo da categoria profissional
em Educação Física, dos Conselheiros
do Sistema CONFEF/CREF’s, da comunidade científica
e acadêmica, pelo Coordenador desse trabalho - Dr. Manoel
Gomes Tubino - e teve sua forma final apresentada e aprovada
no Fórum Nacional dos Cursos de Formação
Profissional em Educação Física do Brasil,
em agosto de 2000 na cidade de Belo Horizonte.
É inegável, portanto, reconhecer a dimensão
e a força que a Educação Física
adquiriu no último século no Brasil, a exemplo
de outros países.
Dessa forma, a Constituição da República
– 1988, alçou a atividade física ao foro
constitucional.
Assim, com o tratamento especial da Magna Carta, institucionalizou-se
o entendimento das práticas desportivas como um direito
- Art. 217 da CF/1988 - a fim de prover todos os seus beneficiários,
com o desenvolvimento de habilidades motoras, atitudes, valores
e conhecimentos, procurando leva-los a uma participação
ativa e voluntária em atividades esportivas ao longo
de suas vidas.
Consolidando tudo isso, em 1º de setembro de 1998, foi
promulgada e sancionada pelo Presidente da República
– Fernando Henrique Cardoso - a Lei 9.696/98, depois
de ampla e democraticamente discutida, criando o Conselho
Federal de Educação Física e os Conselhos
Regionais bem como regulamentando a profissão de Educação
Física.
Em 23 de julho de 2003 foi criada a Frente Parlamentar em
Defesa da Atividade Física visando incrementar a inserção
de uma política de valorização da Educação
Física, de acordo com suas especificidades, propondo
as adaptações necessárias na legislação
vigente, em especial na área tributária e empresarial,
de modo que mais empresas que proporcionam atividade física
possam ser criadas, oferecendo maior qualidade de vida à
população brasileira, bem como, os benefícios
de uma Educação Física ainda mais acessível
e moderna; e a compreensão da Educação
Física como um meio de promoção da saúde.
Assim, surgiu no último ano, um conjunto de ações
do Sistema CONFEF/CREFs e ACAD – Associação
Brasileira de Academias, sendo que no Distrito Federal representados
pelo CREF7, ABAAF e Academias do DF, a fim de incrementar
os dispositivos da legislação constitucional
e infraconstitucional. A essa ação conjunta,
soma-se ainda, a Federação Brasileira das Academias
– FEBRACAD e a União Nacional das Escolas de
Natação – UNEN.
No Brasil são aproximadamente 20.000 Academias que
atendem em média 10.000.000 clientes; gerando no mínimo
300.000 empregos diretos, sendo que 180.000 empregos distribuídos
entre 100.000 Profissionais de Educação Física,
proporcionando uma natural ampliação do mercado
de trabalho e 120.000 para Profissionais de Apoio; gerando
ainda 600.000 empregos indiretos em média, onde 300.000
são para os setores afins, tais como confecções,
maquinários e serviços, mais 300.000 empregos
para os setores agregados, como softwares, materiais de limpeza,
indústrias químicas e as empresas de matérias
primas para produtos usados em empresas de fitness.
Assim sendo, é importantíssimo ressaltar que
esta fatia mercadológica é composta de um público
formador de opinião que aos poucos se aglutina, na
busca de seus direitos e de melhor qualidade de vida.
Nos últimos 05 (cinco) anos, são visíveis
as articulações e movimentos no sentido de organização
e melhorias para a Atividade Física.
A busca pela melhoria da saúde tem sido a ordem do
dia em todos os discursos.
A imprensa tem divulgado e se interessado por cada detalhe
do crescimento desta área que está em constante
ascensão.
Não há um dia em que não se escreva ou
publique em qualquer jornal, revista ou imprensa televisiva
matérias sobre a importância da atividade física
em qualquer idade.
A quantidade de pessoas adeptas ao FITNESS cresceu mais de
25% no último ano de 2003, ficando atrás somente
do setor de turismo, atividade que mais cresce em todo o mundo,
criando só em Brasília mais de 18.500 empregos
diretos e 30.000 indiretos. No Brasil, esse número
é bastante significativo dentro do mercado de trabalho.
Acreditamos que com todo este movimento e crescimento, a Frente
Parlamentar em Defesa da Atividade Física, será
o caminho para juntos melhor organizarmos e atendermos a demanda
de pessoas ávidas por alcançar os objetivos
do art. 217 da CF/88.
A ABAAF - a Associação Brasiliense de Academias,
junto com o CREF7 tem se mobilizado para vislumbrar um panorama
político mais favorável e harmônico, e
que possa equacionar todos os desafios do setor, viabilizando
a convergência de interesses em comum.
Cumpre lembrar que a ABAAF, entidade que congrega e representa
parte das academias no Distrito Federal, em ação
conjunta com o CREF7, ambos apoiados como representação
local pelo Conselho Federal de Educação Física
– CONFEF, pela Federação Brasileira das
Academias – FEBRACAD, pela Associação
Brasileira de Academias – ACAD e pela União Nacional
das Escolas de Natação – UNEN, vem, portanto,
por meio da presente carta, sugerir adaptações
efetivas, propondo o que se segue:
· Aprovação do PL nº 2290/03 no
que tange a não incidência da cobrança
do ECAD as Academias que usam a música com a intenção
didática/pedagógica;
· Aprovação da PEC nº 185/2003 que
dá nova redação ao inciso XIII do art.
5º, e XXIV do art. 21, IX do art. 103 e XII do art. 109
da Constituição Federal e dá outras providências;
· Exclusão das academias de atividades físicas
do rol impeditivo do sistema tributário “SIMPLES”;
· Alteração do art. 23, V da Constituição
Federal, incluindo o termo “ATIVIDADE FÍSICA”
no mesmo, garantindo assim o acesso para toda a população
brasileira;
· Incentivos fiscais na compra de maquinários
e equipamentos para academias;
· Facilitação na importação
para financiamento ou criação de linhas de crédito
para aquisição junto aos países fornecedores
de máquinas e equipamentos que por ventura não
existam similares nacionais;
· Adoção de carga tributária semelhante
à empregada aos produtos fisioterápeuticos,
quando da importação de máquinas, equipamentos
ou produtos destinados a atividades de prevenção
da doença através do exercício físico
em todas as suas formas;
· Incentivos fiscais na instalação e
manutenção de fábricas, pólos
de exportação e/ou montadoras de equipamentos,
acessórios, materiais e similares nacionais para uso
em prol da atividade física;
· Utilização de Fundos do BID –
Banco Interamericano de Desenvolvimento e do BIRD –
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
para serem aproveitados e investidos em marketing para estimular
a atividade física de maneira geral, o desporto e o
fitness no Brasil, através de todos os meios de comunicação;
· Inclusão do setor da atividade física,
desporto e fitness nos Programas de financiamento do BNDES,
como exemplo FINAME.
Pelo exposto, a fim de alcançarmos nossos objetivos,
uma vez que o referido setor dedica-se ao bem maior da vida
que é a saúde da população brasileira,
requeremos que nossa carta seja recebida e em conformidade
com os trâmites legais da Câmara Federal, seja
dado encaminhamento para as proposições acima
suscitadas no intuito de melhorar o acesso e a qualidade da
Atividade Física no Brasil, principal razão
da Frente Parlamentar em Defesa da Atividade Física.
Dessa forma, precisamos da Casa do Povo para lutar por políticas
públicas que irão transformar o quadro da saúde
populacional, da mesma sorte, precisamos também do
aval e da tutela do Governo Federal.
Certos de contarmos com a compreensão de todos, aguardamos,
nós colocando também a disposição
para quaisquer eventualidades.
Brasília-DF, 25 de novembro de 2003.
-Sistema
CONFEF/CREFs – Conselho Federal de Educação
Física e Conselhos Regionais |
-ACAD
– Associação Brasileira de Academias |
-CREF7
– DF-GO-TO |
-ABAAF/DF
|
-FEBRACAD
– Federação Brasileira das Academias |
-Academias
do Distrito Federal representando as Academias do Brasil |
-UNEN
– União Nacional das Escolas de Natação |
-Empresários
do Setor de Fitness |
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